"...sabia que tinha alguma coisa fora do lugar em mim. Eu era uma soma de todos os erros: bebia, era preguiçoso, não tinha um deus, idéias, ideais, nem me preocupava com política. Eu estava ancorado no nada, uma espécie de não-ser. E aceitava isso. Eu estava longe de ser uma pessoa interessante. Não queria ser uma pessoa interessante, dava muito trabalho. Eu queria mesmo um espaço sossegado e obscuro pra viver a minha solidão. Por outro lado, de porre, eu abria o berreiro, pirava, queria tudo e não conseguia nada. Um tipo de comportamento não se casava com o outro. Pouco me importava."
quem não sabe, inventa, eu hoje estou em Àssombradado, não tenho nada a dizer e estou dizendo e isto é biúte biuteful biutefull (u.p.)
31 de ago. de 2012
30 de ago. de 2012
29 de ago. de 2012
28 de ago. de 2012
Psicografia - Ana Cristina César
Também eu saio á revelia
E procuro uma síntese nas demoras
Cato obsessões com fria têmpera e digo
Do coração: não soube e digo
Da palavra: não digo(não posso ainda acreditar
Na vida) e demito o verso como quem acena
E vivo como quem despede a raiva de Ter visto.
Este lado da verdade - Dylan Thomas
Para Llewlyn
Este lado da verdade,
Meu filho, tu não podes ver,
Rei de teus olhos azuis
No país que cega a tua juventude,
Que está todo por fazer,
Sob os céus indiferentes
Da culpa e da inocência
Antes que tentes um único gesto
Com a cabeça e o coração,
Tudo estará reunido e disperso
Nas trevas tortuosas
Como o pó dos mortos.
O bom e o mau, duas maneiras
De caminhar em tua morte
Entre as triturantes ondas do mar,
Rei de teu coração nos dias cegos,
Se dissipam com a respiração,
Vão chorando através de ti e de mim
De caminhar em tua morte
Entre as triturantes ondas do mar,
Rei de teu coração nos dias cegos,
Se dissipam com a respiração,
Vão chorando através de ti e de mim
(tradução: Ivan Junqueira)
27 de ago. de 2012
26 de ago. de 2012
Pensar com Camus
"Sobre a inocência morta, pululam os juízes, os juízes de todas as raças, os de cristo e os do anticristo, que são, aliás, os mesmos, reconciliados no desconforto. No final de toda liberdade, há uma sentença."
(Camus, Albert. A Queda)
25 de ago. de 2012
3/13
Fode e foge
o animal e o homem.
(fumaça)
quem é
o animal ?
o homem ?
a bula do remédio não diz
e o que somos
ainda está por ser escrito.
quase sentimental
busco
um aconchego, como quem busca o alimento dos filhos
movo meu corpo para dentro da sombra
(mas
será em vão?)
de
porta em porta, passo a passo, desejo a desejo,
fica
sempre um gosto agridoce na ponta dos dedos
me
traio
movo meu corpo para dentro da sombra
dentro
da carapaça universal
invento
jogos de distrair
requento
alguns pensatemas, sem nenhum rigor
nem
requinte,
-
espreito
uma
vez
outra
mais
uma vez
e
acabo voltando
às
mesmas
(já
não sei julgar)
E a morte perderá o seu domínio - Dylan Thomas
E a morte perderá o seu domínio.
Nus, os homens mortos irão confundir-se
com o homem no vento e na lua do poente;
quando, descarnados e limpos, desaparecerem os ossos
hão-de nos seus braços e pés brilhar as estrelas.
Mesmo que se tornem loucos permanecerá o espírito lúcido;
mesmo que sejam submersos pelo mar, eles hão-de ressurgir;
mesmo que os amantes se percam, continuará o amor;
e a morte perderá o seu domínio.
Nus, os homens mortos irão confundir-se
com o homem no vento e na lua do poente;
quando, descarnados e limpos, desaparecerem os ossos
hão-de nos seus braços e pés brilhar as estrelas.
Mesmo que se tornem loucos permanecerá o espírito lúcido;
mesmo que sejam submersos pelo mar, eles hão-de ressurgir;
mesmo que os amantes se percam, continuará o amor;
e a morte perderá o seu domínio.
E a morte perderá o seu domínio.
Aqueles que há muito repousam sobre as ondas do mar
não morrerão com a chegada do vento;
ainda que, na roda da tortura, comecem
os tendões a ceder, jamais se partirão;
entre as suas mãos será destruída a fé
e, como unicórnios, virá atravessá-los o sofrimento;
embora sejam divididos eles manterão a sua unidade;
e a morte perderá o seu domínio.
Aqueles que há muito repousam sobre as ondas do mar
não morrerão com a chegada do vento;
ainda que, na roda da tortura, comecem
os tendões a ceder, jamais se partirão;
entre as suas mãos será destruída a fé
e, como unicórnios, virá atravessá-los o sofrimento;
embora sejam divididos eles manterão a sua unidade;
e a morte perderá o seu domínio.
E a morte perderá o seu domínio.
Não hão-de gritar mais as gaivotas aos seus ouvidos
nem as vagas romper tumultuosamente nas praias;
onde se abriu uma flor não poderá nenhuma flor
erguer a sua corola em direcção à força das chuvas;
ainda que estejam mortas e loucas, hão-de descer
como pregos as suas cabeças pelas margaridas;
é no sol que irrompem até que o sol se extinga,
e a morte perderá o seu domínio.
Não hão-de gritar mais as gaivotas aos seus ouvidos
nem as vagas romper tumultuosamente nas praias;
onde se abriu uma flor não poderá nenhuma flor
erguer a sua corola em direcção à força das chuvas;
ainda que estejam mortas e loucas, hão-de descer
como pregos as suas cabeças pelas margaridas;
é no sol que irrompem até que o sol se extinga,
e a morte perderá o seu domínio.
( tradução: Fernando Guimarães)
Filosofada
jovem Sócrates correndo como um louco
inerte pela mórbida Atenas
inerte pela mórbida Atenas
Sócrates falando como louco
aos homens e árvores,
velho Sócrates
sendo admirado pelo jovem Platão
Sócrates Sócrates
Sócrates morreu
. . .
Platão idem.
velho Sócrates
sendo admirado pelo jovem Platão
Sócrates Sócrates
Sócrates morreu
. . .
Platão idem.
(lyard)
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